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Aquela ali. Aquela que é quase alta, que tem cabelos descoloridos. Ela ali que mora na cidade do interior, que ama o cheiro e o sabor. Aquela que acredita que pode ser feliz e ser amada. Aquela que alguns dias acorda toda linda e outros dias quer estar mais largada. A que chora com vontade, que ama com intensidade e que as vezes prefere desconhecer a verdade. A moça de família, que cumpre horário, que gosta das coisas certas, que deseja bom dia para estranhos, que comprimenta com um abraço. Ela que gosta do som da voz, que prefere azul, que sente borboletas na barriga quando lembra dele, a que sente frio nos pés e nas mãos. Aquela que tem sonhos e tem medos e metas. Ela ali, que sente saudades e se entrega a ela quando essa dói. Aquela que prefere um dia bem vivido ao invés de dois mal vividos. Aquela que amou e não foi amada, aquela que já cobriu a cabeça com o travesseiro para ninguém ouvi-la chorar. A que as vezes parece uma criança e que sempre será uma criança grande. Ela ali, que já teve muito medo, que se sentiu rejeitada, mal amada e agora quer ser admirada. Aquela que as vezes prefere fugir ao invés de reagir, que prefere ceder ao ter que lutar (só as vezes), mas que é corajosa e sabe o que quer. Aquela que queria viajar o mundo, conhecer tudo e na maioria não quer sair de casa. A que se sente sozinha, carente e desperdiça o tempo olhando pro nada. Ela que sorri pra quem faz cara feia, que retribui um tapa com um beijo e que sabe que seu tempo é esse. Aquela que gosta de ter um livro nas mãos, a romântica que se apega fácil as pessoas e confia nelas. Aquela ali, que tem fé, que acredita em Deus. Aquela que escolheu ser feliz. Olha ela ali.
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