quarta-feira, 31 de março de 2010

Minha Adolescência

"Será que se pesarmos na balança da vida:
nossas alegrias e tristezas... não iriam pesar muito mais as alegrias?"


Minha adolescência foi continuação da minha infância, sem muitas mudanças, nem mudanças bruscas... Não deixei de brincar de boneca tão cedo e não rebocava minha cara com muita maquiagem para parecer mais adulta. Gostava de Kid Abelha, Guns N'Roses, Jorge Ben Jor, Gabriel, o Pensador, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano... Assitia thundercats, caverna do Dragão, Smurfs, He-Man, She-Ra, Cavalo de Fogo, Xuxa...


Mais tarde, com mais ou menos 14 anos não foi só meu corpo que mudou, um pouco de maturidade, meus pensamentos, minhas paixões, meu coração.
Recordo-me coisas iguais àquelas que a maioria dos ex-adolescentes recorda: a primeira menstruação; negociação com o pai para posar na casa das primas; primeiro beijo, hooooras no telefone; walkman no ouvido a tarde toda...
Minha adolescência foi tranqüila, não era rebelde. Tive minha fase de ser briguenta, mas nunca quis dar trabalho para meus pais. Deixar eles preocupados, nunca foi meu perfil. Nunca os deixei de cabelo em pé, preocupados ou sem dormir. Sempre fui responsável e obediente. Era capaz de ficar horas lendo meus textos, e ouvindo as minhas musicas, e pensando como a minha adolescência era perfeita... Ou quase! Minha adolescência, como minha infância, foi muito regada de amor, atenção e carinho.
Na escola eu era uma jovem comum, tive como sempre, poucas amigas, mas todas as que eu tinha me fizeram bem. Foi nela que encontrei alguns caminhos pelos quais estou seguindo até hoje da melhor maneira que posso. Escolhendo esses, deixei outros. Um dos caminhos pelo qual optei, é escolher uma religião. Minha mãe era católica
(não praticante) e meu pai era espírita. Foi então quando nenhum de nós estava feliz e estávamos passando por um sério problema com minha saúde não diagnosticada por nenhum médico, que começamos freqüentar a igreja evangélica e ali eu encontrei o meu AMOR MAIOR, meu abrigo, meu amigo, meu refúgio.Conheci Jesus! Recebi-o no meu coração e essa escolha me fez querer só a Ele. Como Ele é do tamanho do vazio do nosso coração, não precisei de mais nada. O outro foi o meu futuro marido, comecei namorar com 15/16 anos. Mesmo me relacionando cedo, sério com alguém, não deixei de fazer as coisas que me faziam bem, porque nos identificávamos nas mesmas coisas e foi assim que “saí” da minha adolescência para me tornar uma mulher, uma menina-mulher ainda.


Saudades...

sexta-feira, 26 de março de 2010

Para onde foram todos?

Lembram daquela brincadeira de criança esconde-esconde??
Pois é! Eu estou achando que fui brincar com meus amigos e enquanto eu contava até 10, meus amigos sumiram!! Não estou encontrando mais!!
Onde vocês estão?
Já olhei atrás de todas as árvores...
Embaixo dos bancos...
Atrás dos arbustos também já olhei. Mas eles não estão la... Para onde eles foram?

Já dividi muita pizza, dividi minha cama, meu quarto, minhas roupas, até meus sonhos. Compartilhei minhas inseguranças, meus medos, meus segredos... Aff! Isso foi o pior. Procurei um amigo para contar meu problema e ele não tinha nada a dizer, tudo bem, eu entendo, em algumas circunstâncias o melhor mesmo é só ouvir, aquele ombro amigo, mas principamente que ele esteja do meu lado.

Eu não aprendo. Definitivamente eu não aprendo. Como já me disseram algumas dezenas de vezes "maldito o homem que confia no homem". Mas alguém aí consegue viver sem ter amigos? Amigos não são aqueles que nós lembramos com carinho, que mesmo não se vendo sempre, mas sabe que ele está ali pertinho e se você precisar ele fica com você? É! Eu também acho. Mas estão onde estão os meus? Eu nunca fui uma pessoa cheia de amigos. Mas tinha uma quantia razoável de pessoas próximas que eu gostava muito, muito mesmo. Mas eles não estão mais aqui.

Alguns se afastaram porque eu mudei o ambiente de convivência (detalhe: de lugar, não de cidade), outros porque eu era um "exemplo" e agora mostrei que também tenho defeitos e isso foi um motivo, outros não ficaram do meu lado na situação mais complicada da minha vida. Mas afinal, eles não tem defeitos?

Você não disse que seria minha amiga para sempre? Não disse que nada faria pararmos de nos falar? Você não disse uma vez que eu te fazia bem? Você disse até que me amava... Mas porque você ... vocês se foram?? O que foi que eu fiz dessa vez? Eu confiava em você, eu esperava sua visita quando você falava que vinha, eu acreditei que por mais que eu errasse você estaria do meu lado me ajudando, me compreendendo. Não é isso que amigos fazem?

Amigo é quem te dá um pedacinho do chão, quando é de terra firme que você precisa, ou um pedacinho do céu, se é o sonho que te faz falta.

Sinto falta de um amigo! Me restaram alguns ainda... E acreditem, ainda tem pessoas me criticando por eu ter dois amigos "um pouco louquinhos"... Mas e os "certinhos" se esconderam aonde?

Cansei de procura-los. 31 meu!

terça-feira, 23 de março de 2010

Medo do desconhecido


Hoje está um dia frio, cinza... E meu coração sente um frio também, um medo
do que vem pela frente, medo do desconhecido, da incerteza, medo que aconteça de novo tudo aquilo que me fez ter medo.
Não me achava medrosa, pelo contrário até me achava corajosa, segura.
Mas aconteceram tantas coisas na minha vida nos últimos anos em que me deixaram olhando a chuva pela janela e pensar que antes eu tinha medo do trovão, medo de besouro, medo de barata, de montanha-russa... Agora os meus medos mudaram. Ficarão mais fortes, mais monstruosos, medo da solidão, medo da traição, medo do meu amanhã, da insatisfação e não gostei nada disso.
Preferia quando o meu medo era resolvido com um grito e alguém vinha e me ajudava, matando o inseto, fechando a cortinha ou simplismente dizendo "não".
Ah! Como estou fraca, fatigada, sinto-me sobretudo medrosa.
Quero encontrar-me de novo, quero ser eu novamente.
Aprender de novo os meus gostos.
Quero saber de novo, o que penso sem pensar em mais ninguem.
Quero sentir-me alegre por simplesmente acordar, quero sorrir ao ver uma estrela,
ao ver o por do sol. Quero ter vontade de correr pelo parque, de rir, e brincar.
Gozar a alegria do Natal, que antes era a melhor festa para mim.
Vou voltar a viver por mim.
Porque sentimos medo do que não podemos controlar?
Medo de perder...
Medo de não conseguir esquecer o que precisa ser esquecido...
Medo de não me realizar...
Porque eu tenho medo da vontade de Deus? Se Ele é quem mais se importa com minha felicidade.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Minha infância

INFÂNCIA

Minha infância foi espetacular!
Foi mágica, como deveria ser de toda criança.
Foi cheia de cores, embalada com muita música, com bastante ritmo e muita, muita alegria!
Nasci em uma família já formada, se é que eu posso dizer assim.
Meu pai estava no seu segundo casamento e com ele na sua casa estavam os seus três filhos e minha mãe.
Meu pai é meu porto seguro, eu tinha um enorme orgulho dele.
Ele é vinte anos mais velho que minha mãe, e eu me orgulhava disso, quando ele me buscava na escola, eu queria poder mostrá-lo para todos, por que ele não me parecia imaturo como os demais.
Ele sempre foi meu herói.
Mesmo não precisando de capa para voar, sem tele transportar-se, ele foi meu herói, muito melhor que o super-homem.
Minha mãe é meu refúgio, sempre foi muito presente na minha vida, sempre foi minha amiga, meu ombro, meu escudo.
E os dois juntos me deram tudo que uma criança da minha idade queria e precisa.
Quem sabe isso tenha sido um erro olhando para trás agora, mas não que isso tenha me tornado prepotente ou esnobe, só acho que não tive aquela vontade e determinação de querer alguma coisa pra mim mesma porque tinha tudo.
Tenho as melhores lembranças possíveis.
Eu acreditava em papai Noel, coelhinho da páscoa...
Vivi meu mundo de faz de conta, tive amigo imaginário, cachorro, bonecas...
Tive poucos amigos, na verdade na minha infância me recordo de duas.
Mas para mim amigas mesmo foram minhas primas.
Nós éramos em três, as terríveis!
Brincávamos na rua até de noite, não tínhamos preocupações com nada, e aquelas brincadeiras deliciosas de cidade do interior, de bairro tranqüilo que todo mundo conhece todo mundo.
Brincávamos de pular corda cantarolando aquela velha musica, brincávamos de pega-pega, mãe cola, contávamos historias de terror, andávamos de bicicleta e toda tarde íamos na sorveteria comprar sorvete de flocos.
Sempre fui muito fácil de fazer amizades, mas nunca consegui me chegar a alguém.
Minha timidez era o que tomava a maior parte de mim, me consumia. Foi o que mais me atrapalhou.
Ninguém é livre de se considerar menor do que a outra pessoa, mas eu era muito crítica de mim mesma. Quem sabe eu nem sempre era a mais inferior do colégio, da roda de amigos, mas, por acreditar que era, passei a ser.
Sempre acreditei que minhas palavras não interessam a ninguém, minhas roupas eram as mais feias do mundo e que enfim, ninguém tinha vontade mesmo de estar ao meu lado.
Mas fui feliz na minha infância, me diverti muito! Foi muito bom!
Que saudade!
De minhas férias em Camboriú, da praia, do sol, da minha avó...
Daqueles aniversários chuvosos, das amigas antigas, das brincadeiras infinitas...
Com a família, bichos de pelúcia, bonecas e gibis...
Mãe carinhosa, pai protetor, coisas novas, meu cachorro. Que bom! Quanta emoção!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Inexplicávelmente me sentindo estranha

Para que mais uma vez eu não seja mal interpretada, ja começo dizendo
que tenho pessoas que não abdicaria nunca da minha vida, mesmo minha vida sendo diferente do que eu gostaria que fosse, essas pessoas me preenchem e acima delas, tenho o meu Deus que me entende, me pega no colo e me faz carinho. Mesmo não concordando e as vezes se intristecendo comigo, sei que como minha mãe carnal, Ele quer me ver feliz e não fica contra mim.

"Pior do que se sentir perdida é perder-se em si mesmo. No emaranhado do que você acredita misturado ao que você é ou era. O que você acredita, apostando corrida com o que você mais detesta. O que você tem, jogando palitinhos com o que você quer. Seu amor e suas dores na linha de chegada e o coração de juiz em dia de clássico."

Sinto-me inexplicavelmente perdida, estranha, parece que eu não vivo em mim, ontem á noite me bateu uma angústia tão grande acompanhada com uma ansiedade e eu me vi, ao fechar meus olhos, como fora do meu corpo. Então pensei 'estou morta' , mas era como se fosse um outro tipo de morte, morte de sonhos, de desejos, de anseios, de confiança...
Estou tão saturada deste presente e presa a uma monotonia perturbadora.
As pessoas sorriem pra mim, eu respondo, elas falam comigo, eu respondo, mas ainda assim não consigo deixar de sentir aquele burraquinho la dentro, pequeno porque muitos não conseguem ver e muito menos entender porque me dói tanto, mas ele é profundo, muito profundo.
Eu não consigo enfrenta-lo, faze-lo para de doer, ou melhor ainda fecha-lo.
Ontem a sensação que eu tinha era que eu precisaria aprender conviver com isso, com ele, pra sempre. Mas ao fechar meus olhos e querer gritar, eu sabia que não consiguiria, não tem como alguém conseguir conviver com isso... Não tem como!
Aí, em pensamento eu fiz um novo "acordo" com Deus, que vai ficar entre eu e Ele somente, pq é muito sério. Eu fiz esse pedido e fiz com medo, pq sei que Ele me ouviu, mesmo que pareça ter sido uma birra de criança revoltada, eu sei e estava bem ciente dos meus pensamentos.
Agradeço todos os dias, por ter meus filhos, minhas jóias, minha vida não seria de forma alguma interessante sem eles.

Hoje li a tradução da musica da Mariah Carey e achei muito parecida com meu momento.
Quero compartilhar com vocês.

"Eu tenho que dar um tempo
Um pouco de tempo para pensar sobre coisas
É melhor eu ler nas entrelinhas
No caso de precisar quando eu estiver mais velho
Na minha vida tem sido mágoa e dor
Eu não sei se eu posso encarar isso de novo
Eu não posso parar agora, eu viajei até agora
Para mudar esta vida solitária"

Lógico que não é ao pé da letra, mas eu estou nesse tempo de olhar para dentro de mim,
pensar em tudo, melhorar urgentemente, pq essa minha estranheza tem afastado pessoas
que eu gosto.
Quanto as mágoas, passaram, foram perdoadas, eu me perdoei também por
algumas infantilidades, mas essa dor, ela insiste em voltar.


Ser Feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sou aquilo que você não vê


Sou aquilo que ninguém vê.
Que medo neh? Puxa, o que será que tem dentro de mim que me torna uma pessoa diferente dessa que todos olham e conseguem ver?
Sou um monte de histórias, estórias, memórias, dores, pecados, bondades, tragédias, sentimentos e pensamentos e sonhos. Pior que ultimamente sonhos impossíveis ou não realizados. Me tornei uma pessoa diferente de 7 anos atrás e muito mais diferente do que 10 anos atrás. Me tornei ... pior ... Que agressivo essa palavra, mas infelizmente é.

Eu não sou mais eu...
Não me reconheço no espelho, não sei de mim, não sou mais tão doce e meiga,
não sou a mulher determinada e convicta, não sou o que era nem o que eu nunca fui.
Hoje sou o medo do sofrer, sou a certeza em duvida de ser ou não ser.
Em mim restou apenas os sonhos do ser e do ter.


Acho que devido aos problemas mal resolvidos, aqueles que foram colocados embaixo do tapete, até mesmo problemas não resolvidos.
Me tornei ranzinza com um sorriso falso no rosto para parecer menos ofensivo.
Você pode pensar "noooossa", é eu também digo isso quando olho para dentro de mim.

Eu as vezes me pergunto, mas todos temos insegurança, problemas, frustrações... Pq eu não consigo sacudir e dar a volta por cima?? Ou pelo menos não faço isso facilmente??
É! Não tive a resposta ainda, mas será que tudo precisa de uma resposta?
Eu sou como uma criança de 5 anos que tudo pergunta PORQUE?


Mas calma...rs
Não sou má, continuo amiga, sou clara, transparente, sou simples...
Mas tenho dois medos
1) medo da solidão;
2) medo de morrer lentamente.


Pois morre lentamente quem não encontra graça em si mesmo…
Quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto, quem não se permite uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos…
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante…


o que eu posso fazer agora é
cuidar de mim
e ser feliz ao menos
!!!